terça-feira, 28 de fevereiro de 2012

Malvinas, o arquipélago roubado

Extraído do Blog da Cidadania

No início deste mês, a presidente da Argentina, Cristina Kirchner, liderou um ato com ex-combatentes da Guerra das Malvinas, conflito militar travado há quase trinta anos entre o seu país e o Reino Unido pela soberania sobre as ilhas.
Cristina convocou governadores, prefeitos, parlamentares, empresários, funcionários públicos e representantes de organizações sociais para discutirem a disputa pelo arquipélago às vésperas do 30º aniversário da guerra travada entre o Reino Unido e a Argentina em 1982.
Em resposta, a coroa britânica enviou às Ilhas Malvinas (que os ingleses chamam de Falklands) um de seus navios de guerra mais modernos, o destróier HMS Dauntless, e o próprio príncipe William, revelando pouca disposição para o diálogo.
Apesar de alguns órgãos de imprensa nacionais estarem afirmando que Cristina poderia agir como a ditadura militar argentina em 1982 – que, para distrair a população dos problemas econômicos e da falta de liberdades individuais, invadiu o arquipélago –, a hipótese é absurda.
Em 2 de abril de 1982, a Argentina se meteu em uma guerra com a Grã Bretanha da qual saiu fragorosamente derrotada devido à disparidade de forças, guerra essa que marcou o fim do regime autoritário. Nenhum governante democrático meteria o país em tal aventura.
Isso não significa que a pressão internacional não esteja aumentando para fazer cumprir resolução da ONU de 1965 que qualificou a disputa como “problema colonial” e convocou as partes a negociarem.
Os países do Mercosul decidiram recentemente bloquear a entrada em seus portos de navios com bandeira das ilhas Falkland (Malvinas).  Além disso, a Argentina tenta impedir, em negociações com o Chile, a saída do único voo da LAN Chile que liga as Malvinas ao continente americano.
Mas, afinal, com quem está a razão? Por que a Argentina exige a posse das Ilhas e por que a Inglaterra se nega até a responder aos questionamentos não só do país adversário, mas dos seus aliados e da própria ONU?
Recentemente, colunista de uma revista semanal que compra e vende interesses das grandes potências no Brasil bateu na tecla de uma possível nova invasão das Malvinas pela Argentina, colocou-se ao lado da Inglaterra e justificou tudo com o fato inquestionável de que os cerca de 3 mil habitantes do Arquipélago não querem deixar de ser britânicos.
A questão sobre a soberania das Ilhas, assim, fica reduzida à vontade de um reduzido contingente de descendentes de escoceses, galeses e irlandeses que a Inglaterra enviara ao arquipélago na primeira metade do século XIX. Não é por outra razão que as Malvinas têm hoje a talvez menor densidade demográfica do mundo, 0,24 habitante por quilômetro quadrado.
A vontade desse pequeno grupo de ocupação é suficiente para tirar da Argentina um território que considera seu? E por que o país considera o Arquipélago como seu se está a 550 quilômetros de sua costa?
Mesmo estando a 12.800 quilômetros da Grã Bretanha, ainda assim as Malvinas não estão dentro das águas territoriais argentinas, pois o conceito internacional de mar territorial é de 12 milhas (22 quilômetros) e o de Zona Econômica Exclusiva (que regula direitos das nações sobre a exploração e uso de recursos marinhos) é de 200 milhas (370 quilômetros).
A explicação do pleito argentino reside na colonização das Malvinas. É certo que o primeiro desembarque ali foi feito pelo navegador inglês John Strong  em 1690, que batizou as ilhas como “Falklands” em homenagem ao Visconde de Falkland, primeiro lorde da marinha inglesa. Mas desembarcar não é colonizar…
As Malvinas ficaram abandonadas até 1764, quando o francês Louis Antoine de Bougainville instalou uma base naval no Arquipélago, chamando-o de Îles Malouines, de onde deriva o nome “Malvinas”.
Em 1765, o navegador britânico John Byron estabelece uma base em uma das ilhas desocupadas, ignorando a ocupação francesa.
Em 1766, a França vende a sua base para a Espanha, que declara guerra à presença britânica nas ilhas, mas a disputa se acalma no ano seguinte, decidindo-se que a parte oriental seria controlada pela Espanha e a parte ocidental pelos britânicos.
Em 1811, os espanhóis abandonam as ilhas. Durante quase uma década, as Malvinas ficam desocupadas por falta de interesse inglês, francês ou espanhol.
Em 1820, a Argentina ocupa as ilhas que ninguém queria, envia os primeiros colonos e estabelece um governo Local.
Em 1833, no entanto, a mais poderosa marinha do mundo, a britânica, invade o Arquipélago e informa aos argentinos que o Império iria retomar a posse das ilhas. O governo argentino, considerando que não havia condições de resistir, se rende aos invasores.
Se alguém considera que as razões argentinas são insuficientes não se pode dizer que as inglesas sejam muito melhores. A Argentina, aliás, tem a seu favor o fato de que colonizou território que estava vazio, que não desalojou ninguém e que foi agredida e teve aquele território usurpado.
Não foi por outra razão que a ONU reconheceu a razão argentina ao menos de querer negociar. O que seria justo, obviamente, seria uma divisão do Arquipélago, mas a Inglaterra imperial não negocia, sequer responde aos questionamentos, mostrando de onde vem o comportamento dos EUA em conflitos internacionais.
Imagine você, leitor, se algum país estrangeiro ocupa parte do nosso território, coloca ali minúsculo contingente populacional e depois se diz seu dono porque aquele contingente quer ser governado por tal país. É isso o que acontece no conflito anglo-argentino.

Sindicato do Jornalistas convoca assembleias regionais

Os colegas do Sindicato dos Jornalista de SC preparam assembleias regionais para o mês de março. A pauta é ouvir a jornalistada para a aprovação da pauta de reivindicações da Campanha Salarial 2012. A rapaziada precisa participar para dar peso as negociações. O sindicato mobilizar para não parecer uma entidade sem voz.

Segue, então, as datas das assembleias:

28/02: Criciúma, no Sindicato dos Bancários, às 19h.
01/03: Blumenau, no Instituto Blumenauense de Ensino Superior (Ibes), às 19h.
06/03: Joinville, na Associação Educacional Luterana Bom Jesus/Ielusc, às 19h.
08/03: Chapecó, no Sindicato dos Trabalhadores em Saúde, às19h.
12/03: Florianópolis, na Federação dos Trabalhadores do Comércio de Santa Catarina, às 9h30min e 18h30min.

Ciganos são retratados em exposição e livro

Para quem gosta de fotografia, uma dica do Canhoto. Texto reproduzido da página da Fundação Cultural Badesc:


Fundação Cultural Badesc lança no dia 28, terça-feira, às 19h, o livro Ciganos, do fotógrafo Rogério Ferrari. A publicação é resultado de três meses de itinerância por comunidades ciganas na Bahia, onde ele produziu as 96 fotos em preto e branco que compõem a obra. Para o Espaço Fernando Beck, Ferrari escolheu 24 imagens que ficam expostas para visitação do público até o dia 10 de março.

Para Ferrari, o projeto se fez pelo propósito de retratar os ciganos em uma perspectiva distante de estigmas e próxima ao cotidiano desse povo. Vindos do Rajastão, no norte da Índia, e espalhados pelo mundo em uma diáspora, os ciganos foram deportados de Portugal para o Brasil no primeiro século da ocupação colonial. E é na Bahia que se concentra uma das maiores populações de ciganos do país.

O fotógrafo acredita que, apesar da longa presença histórica desse povo no Brasil, a visão que se tem dele ainda é marcada pela intolerância e baseada em estereótipos. Com o intuito de desconstruir o preconceito, Ferrari fez um trabalho fotográfico que “parece incorporar princípios tipicamente ciganos de estar e lidar com o mundo”, segundo Florencia Ferrari, autora do prefácio do livro.

Rogério Ferrari nasceu em 1965, em Ipiaú, no sul da Bahia. Desde os anos 80, tem viajado para zonas de conflito territorial no mundo, retratando povos tão diversos como os da Nicarágua, México, Palestina, Curdistão e saara ocidental. É formado em Antropologia pela Universidade Federal da Bahia, trabalhou para veículos nacionais e internacionais como Veja, CartaCapital, Áccion e Reuters. 

domingo, 26 de fevereiro de 2012

Reunião das ruas

Quem, durante os dias de carnaval, circulou pelo entorno da Praça XV, um dos principais cartões postais da capital catarinense, percebeu que o lugar se transformou numa grande latrina pública coletiva sem precedentes.

Nas proximidades, não houve canto que não tivesse recebido o alivio de pierrôs e eventualmente de pobres colombinas que, arriadas de suas fantasias, fizeram ali, em praça pública e aos olhos de todos, suas necessidades.

Não importou se o folião fosse do bloco de sujos ou da ala limpinha. O que houve foi a união de todos em uma grande e única agremiação: “A Unidos do Xixi a Cata do Pipi Móvel”, que atravessou o samba e completamente sem harmonia jogou pro alto os adereços e entrou de sola com a comissão de frente.

Diante disso, dez logradouros públicos, reunidos em torno da Figueira centenária sob a presidência de Cruz e Sousa decidiram encaminhar ao prefeito ofício pedindo melhorias na estrutura para o carnaval 2013.

Os presentes na reunião, a saber: Victor Meireles, Fernando Machado, Abelardo Gomes, Hercílio Luz, Saldanha Marinha, Arcipreste Paiva, Paulo Fontes, Conselheiro Mafra, Tiradentes, Tenente Silveira e Felipe Schmidt pedem que em 2013 apenas uma rua seja usada como latrina: a João Pinto. Foi registrado voto contrário deste.

Autor: Josemar Sehnem - Jornalista

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

A priori: merenda não será terceirizada

A merenda seria terceirizada. Não vai mais. TRF anulou. Pauta dessa nobre categoria de servidores da educação em SC.


Diz o TRF
"O Tribunal Regional Federal (TRF) da 4ª Região anulou por unanimidade, o edital de Concorrência nº 026/2008, que terceirizava a merenda escolar em Santa Catarina. Para o relator, Juiz Federal João Pedro Gebran Neto, a Secretaria Estadual de Educação, na época comandada pelo atual senador Paulo Bauer (PSDB), violou os 'princípios da moralidade e da probidade administrativa'".


Diz este jornalista:
O óbvio nem sempre é óbvio. Os recursos disponíveis para a superação dos problemas na educação precisam ser reinvestidos no sistema público. Aguardamos as cenas do próximo capítulo.


O Jornalista Canhoto

Hebe Camargo ficará desempregada?

Hebe, ícone da TV brasileira e da nobre elite "Braba Azul". Segue o texto do Blog do Miro:


Por Altamiro Borges

A crise na RedeTV!, a emissora comandada por dois empresários ambiciosos e exibicionistas, está brava. Saiu hoje no F5, o sítio de entretenimento da Folha:

*****

Por salário, Hebe ameaça deixar RedeTV!; emissora nega
A apresentadora Hebe Camargo, 81, está bastante descontente com os rumos da RedeTV! e os constantes atrasos de salários que vêm ocorrendo desde o ano passado. Segundo o "F5" apurou, a apresentadora tem dito a amigos que pode largar as gravações de seu programa caso a situação não seja resolvida até o fim deste mês.

Procurada, a direção de Comunicação da RedeTV! negou tudo. "A informação é improcedente. Diferentemente do que diz a nota. ela está feliz com seu programa na emissora.

Ela estaria com ao menos dois meses de salários atrasados. Sua produção foi bastante atingida pela crise da emissora no final do ano passado. A assessoria de Hebe não foi localizada para comentar o assunto.


*****

Vida de sultão dos patrões

Na semana passada, a equipe do programa “Pânico na TV”, responsável por 40% do faturamento em publicidade da emissora, já havia anunciado a sua transferência para a Rede Bandeirantes. Além disso, os humoristas cogitam entrar com processo na Justiça para exigir que os donos da Rede TV! paguem o que estão devendo – segundo cálculos parciais, algo em torno de R$ 5 milhões.

Enquanto a situação dos funcionários da emissora é dramática – nem todos possuem as jóias da apresentadora Hebe Camargo e nem foram contratados por outra empresa –, os patrões da Rede TV! continuam a esbanjar opulência. Segundo apurou o sítio Brasil 247, Amílcare Dallevo, sócio majoritário da emissora, “leva uma vida de sultão” e constrói a maior mansão de São Paulo.

Palácio de 17 mil metros quadrados

“Dois helipontos, 18 quartos, 14 banheiros, duas piscinas e um cinema com capacidade para 50 pessoas. Essas são algumas das características da mansão que o empresário Amílcare Dallevo, dono da RedeTV!, está construindo nas cercanias do condomínio Alphaville 9. O palácio será o maior da Grande São Paulo, com área construída de 17 mil metros quadrados. Uma mansão mais suntuosa do que a do banqueiro Joseph Safra e tão chamativa quanto a que pertenceu ao ex-banqueiro Edemar Cid Ferreira”.

Num país em que não há qualquer regulação da concessão pública na radiodifusão, os barões da mídia agem como mafiosos. Além da péssima programação imposta aos telespectadores, eles ainda atrasam salários e cometem outros abusos. Quando alguém cogita não renovar uma concessão irregular, eles ainda dizem que é "censura". Eles realmente se acham acima das leis. 

*****

Cancelado encontro de blogueiros em SC

Depois da rápida pausa de carnaval, este jornalista volta a escrever. Infelizmente foi cancelado o encontro dos blogueiros progressistas em SC, reproduzo abaixo texto do blogueirossc.com.br



"Lamentamos informar que o Primeiro Encontro dos Blogueiros e Twitteiros de Santa Catarina está cancelado por problemas de planejamento e consequente falta de recursos para sua realização.
A ideia, porém, continua de pé. Neste espaço (BlogSC) continuaremos a divulgar blogs do estado e notícias do interesse da população catarinense que não alcançam espaço na mídia tradicional.
Nossa luta por pluralidade de informações e pelo marco regulatório das comunicações continua, assim como a busca por qualidade e honestidade em nossas publicações.
Parceiros são bem vindos, o blog está aberto a colaboradores que queiram participar desta árdua batalha que é combater o pensamento único da mídia e sua relação simbiótica com o poder público catarinense.
Com pesar suspendemos o evento, mas continuamos com o projeto e se tudo der certo, teremos um grande encontro no próximo ano.
Aos inscritos, agradecemos a confiança e entraremos em contato por e-mail para maiores esclarecimentos.
A comunicação é um direito seu, participe desta luta que cresce em todo Brasil pela sua democratização!
Atenciosamente,
Organização #blogprogSC.

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Ficha Limpa aprovada no STF

O Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou  a validade da Lei da Ficha Limpa para as eleições municipais deste ano. A decisão torna inelegíveis por oito anos políticos cassados, que renunciaram ao mandato para fugir de processo de cassação e os condenados criminalmente por órgão colegiado, independente de o caso ter sido ou não julgado em última instância.

A lista  dos Ficha Suja é bem democrática. Contém desde parlamentares envolvidos no mensalão do PT, que veio à tona em 2005, ao mensalão do DEM, em 2009. Vai do ex-ministro José Dirceu (PT-SP) aos ex-governadores José Roberto Arruda (sem partido) e Joaquim Roriz (PSC-DF). Quem não sambar no carnaval, vai "sambar" depois.

O Jornalista Canhoto

Blogueiros progressistas preparam encontro para março

No propósito de debater a democratização da comunicação, ativistas que atuam em meios de comunicação digitais preparam para os dias 09 e 10 de março, em Florianópolis, o I Encontro de Blogueiros e Twitteiros de Santa Catarina.


Nos últimos anos, o movimento pela democratização da comunicação tem tomado corpo, sobretudo com o avanço da internet, um espaço vasto de contraposição a monolítica mídia tradicional.

Santa Catarina realiza o encontro, com suas especificidades, mas nos moldes de diversos outros articulados em todo o Brasil, assim como o Encontro Nacional de Blogueiros que em 2011 realizou sua segunda edição.

O evento deve centrar-se no debate de um novo marco regulatório para as comunicações; na atuação dos movimentos sociais para o enfrentamento dessa pauta política e no fortalecimentos desse segmento que presta um serviço essencial à sociedade brasileira ao desmascarar a mídia conservadora.

Já é possível realizar inscrição no sítio eletrônico do evento. Clica aqui

O Jornalista Canhoto

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2012

Empresas jornalísticas com medo da concorrência

Reproduzo texto da página Observatório da Imprensa, sobre tema de expressa importância democrática.

O Jornalista Canhoto

Por Luciano Martins Costa em 15/02/2012 na edição 681
Comentário para o programa radiofônico do OI, 15/2/2012
Está nas edições de quarta-feira (15/2) dos principais jornais de circulação nacional a informação de que o governo estuda o enquadramento dos sites noticiosos estrangeiros que atuam no Brasil. A questão foi levantada pela Abert – Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão – após o anúncio de que o jornal eletrônico Huffington Post planeja lançar uma versão brasileira.
Além do Ministério das Comunicações, também a Advocacia Geral da União deverá emitir um parecer definindo se a internet deve ser considerada um meio jornalístico, assim como jornais, revistas e emissoras de rádio e TV. A intenção do questionamento é enquadrar todos os sites de informações nas regras gerais que disciplinam os meios informativos tradicionais. Dessa forma, o Huffington Post e outros concorrentes de origem externa teriam que se encaixar no limite de 30% imposto ao capital estrangeiro no setor.
O ministro das Comunicações, citado pelo noticiário de quarta-feira, afirma que não irá propor uma mudança na Constituição ou nas leis para acomodar os interesses das empresas estrangeiras. Apenas vai cumprir a lei, a partir de um parecer sobre o que define uma empresa como órgão de comunicação jornalística.
Regulamentação extinta
O ministro adiantou que serão levadas em conta determinadas características do negócio, como a produção de conteúdo noticioso e contratação de jornalistas. Mas há ainda muitas controvérsias a respeito.
O que fazer, por exemplo, com relação às agências internacionais de notícias que mantém correspondentes no Brasil? Esses correspondentes podem ser brasileiros? Podem ser centenas e compor uma grande redação? O que diferenciaria uma grande agência internacional instalada no Brasil de um site jornalístico internacional com uma ou duas redações instaladas em capitais brasileiras e uma dúzia de correspondentes em outras regiões?
Uma dificuldade adicional seria a definição de “jornalista”. Depois de extinta a regulamentação da profissão, com grande participação das empresas jornalísticas tradicionais, teoricamente qualquer pessoa pode ser contratada para as funções de repórter ou editor – como, por exemplo, pesquisador e catalogador de informações em tempo real.
Ignorando a lei
O próprio ministro deu uma ideia da complexidade da questão levantada pela Abert: alguém pode instalar a sede de um jornal eletrônico no outro lado da fronteira, por exemplo, no Uruguai, contratar jornalistas para atuar no Brasil e produzir jornalismo. E não há lei que impeça uma empresa como essa de manter escritórios em São Paulo, no Rio e em Brasília.
Como se vê, não é assim tão simples. As empresas consideradas genuinamente nacionais já tentaram impor a mesma restrição ao portal Terra, controlado pelo grupo Telefonica, até agora sem sucesso.
O ideal seria que toda a regulamentação sobre a propriedade dos meios de comunicação fosse colocada sobre a mesa de debates – para que se cumprissem certos requisitos da lei que sempre foram solenemente ignorados por aqui.
A legislação brasileira sobre radiodifusão, segundo lembra o Globo, é de 1962, quando ainda nem havia televisão em cores. Em 2016, o Brasil vai desligar o sinal analógico da televisão, implantando inteiramente o sistema digital, que expande ainda mais as fronteiras da emissão televisiva. Com o crescimento da base de canais pagos e da internet em banda larga, um número cada vez maior de brasileiros terá acesso a praticamente tudo que se emite pelo mundo.
Ninguém discute a necessidade de atualizar essas normas, mas de uma forma abrangente. Qual era, mesmo, o argumento para limitar em 30% a participação do capital estrangeiro em negócios de comunicação? A defesa da cultura nacional? O que é mesmo a cultura nacional e qual a sua predominância nos canais privados protegidos pela lei?
Para as calendas
Para não tocar em certos pontos de alta sensibilidade, o ministro reitera, em sua entrevista aos jornais, que o governo está retomando as discussões mais amplas sobre o marco regulatório da mídia, mas fez questão de adiantar que “ninguém está discutindo regulamentação de jornais e revistas”.
O tema é delicado justamente porque as empresas brasileiras de comunicação querem uma regulamentação sob medida para preservar os benefícios a que têm direito e tentam manter fora das fronteiras os concorrentes estrangeiros. Mas se negam a discutir questões polêmicas como a propriedade cruzada dos meios ou o controle de emissoras por autoridades públicas através de prepostos.
A consulta da Abert cria nova oportunidade para analisar o setor como um todo, mas isso nunca vai acontecer.

quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012


"Não nos calam!" O Canhoto gosta muito!

O Jornalista Canhoto

Uma observação sobre a reforma do secretariado de RC

Notícias dessa manhã evocam o desejo deste jornalista de dedilhar. As mudanças no Governo Raimundo Colombo não alteram a lógica da política projetada em oito anos de LHS. Muda a forma, mas o conteúdo permanece.

Vejamos. A pasta da comunicação foi dirigida por Derly da Anunciação desde os primórdios do Governo LHS até a nova reforma do secretariado em curso. Derly, na dança das cadeiras, ascendeu para a Casa Civil. Sob a égide de RC, Ênio Branco assume a comunicação.

Na sequência, o jornalista Cláudio Thomas, ex-editor chefe do DC, é convidado para assumir a Diretoria de Imprensa. Se Thomas aceitou, não sei. O fato é que, coincidência ou não, ambos, Derly e Thomas foram nomes fortes da RBS, empresa que monopoliza o setor de radiodifusão e jornalismo impresso em SC.

Estranho pensar que a RBS tem seu braço no Governo Estadual?  Não sei, mas dizem por aí que a imprensa é uma voz isenta em nosso país...


O Jornalista Canhoto 

domingo, 12 de fevereiro de 2012

Cercas no meio da Avenida

Sem a Avenida Mauro Ramos, Florianópolis pode parar. Ou melhor, o trânsito de automóveis pode paralisar a entrada e a saída na Ilha, assim como o tráfego especialmente para o Norte e Leste, onde estão as praias de Ingleses, Lagoa e Joaquina, entre outras.
Não há obras a serem feitas, ou possíveis de serem realizadas, na Avenida Mauro Ramos. Assim como não há opção de trânsito em uma mão, para desafogar a já falecida mobilidade, em se tratando de veículos e de pessoas dentro deles. A Mauro Ramos tem quatro pistas em toda a sua extensão, entre o Instituto Estadual de Educação e a Avenida Beira-Mar.

A Avenida Hercílio Luz empaca de vez em quando. Pode ser a chuva. Também é assim quando um posto de combustíveis baixa o preço. Não há Guarda Municipal que dê jeito na situação. Ou quando a ponte para.

Por outro lado, não é difícil ver operários da Prefeitura cuidando da Mauro Ramos, especialmente do ajardinamento no canteiro central. Aqueles canteiros que a atual gestão na Prefeitura cercou com fios de arame em toda a extensão da avenida – a cerca é para proteger a grama, ultimamente aparada, cuidada e replantada? Que preocupação deve ter um prefeito em cercar com quilômetros e quilômetros de arame os canteiros centrais de uma avenida?

Por certo, esta decisão, de comprar arame às toneladas, não é se importar com o cidadão. Caso a Prefeitura pensasse nisso, deveria estar comprometida com um tema moderno – cerca é do tempo das cavernas, é não? -, como a mobilidade, e como os ciclistas podem pedalar sem atropelar os pedestres nas calçadas ou enfrentar ônibus e carros, uma vez que não há faixas exclusivas para quem usa bicicleta como meio de transporte.

Falar de uma pequena avenida do centro de Florianópolis e apontar que a Prefeitura preocupa-se mais com a grama e com uma cerca inútil não é apenas olhar para a Mauro Ramos. É ver como esta gestão pública preocupa-se com o hoje e com o amanhã da cidade. O primeiro passo é derrubar a cerca, a cerca do medo em pensar em todas as formas de se movimentar na cidade e, com uma alicate, derrubar fio a fio a cerca que cerca os gramados do canteiro central da Mauro Ramos.

Autor: Rubens Lunge - Jornalista e Escritor

domingo, 5 de fevereiro de 2012

Era só o que me pautava

Há quem diga que acordei um foca
Que eu perdi a pauta, que eu fugi da briga
Que eu caí da prensa e que não vi o furo
Que eu morri de medo quando o pau quebrou


Há quem diga que eu não sei de nada
Que eu não cubro nada e não peço desculpas
Que eu não tenho fonte, mas que eu dei bobeira
E que aquele cara quase me ferrou

Eu quero é botar, meu blog na rua,
Tweetar, postar no meu face

Eu por mim, escrevia sobre fatos
Baixava no You Tube
Eu caía na rede, é disso que eu preciso
Dar uma coletiva
Eu quero é todo mundo falando a real.

Eu quero é botar  meu blog na rua,
Tweetar, postar no meu face

O Jornalista Canhoto
Uma homenagem jornalística a Sérgio Sampaio