domingo, 12 de fevereiro de 2012

Cercas no meio da Avenida

Sem a Avenida Mauro Ramos, Florianópolis pode parar. Ou melhor, o trânsito de automóveis pode paralisar a entrada e a saída na Ilha, assim como o tráfego especialmente para o Norte e Leste, onde estão as praias de Ingleses, Lagoa e Joaquina, entre outras.
Não há obras a serem feitas, ou possíveis de serem realizadas, na Avenida Mauro Ramos. Assim como não há opção de trânsito em uma mão, para desafogar a já falecida mobilidade, em se tratando de veículos e de pessoas dentro deles. A Mauro Ramos tem quatro pistas em toda a sua extensão, entre o Instituto Estadual de Educação e a Avenida Beira-Mar.

A Avenida Hercílio Luz empaca de vez em quando. Pode ser a chuva. Também é assim quando um posto de combustíveis baixa o preço. Não há Guarda Municipal que dê jeito na situação. Ou quando a ponte para.

Por outro lado, não é difícil ver operários da Prefeitura cuidando da Mauro Ramos, especialmente do ajardinamento no canteiro central. Aqueles canteiros que a atual gestão na Prefeitura cercou com fios de arame em toda a extensão da avenida – a cerca é para proteger a grama, ultimamente aparada, cuidada e replantada? Que preocupação deve ter um prefeito em cercar com quilômetros e quilômetros de arame os canteiros centrais de uma avenida?

Por certo, esta decisão, de comprar arame às toneladas, não é se importar com o cidadão. Caso a Prefeitura pensasse nisso, deveria estar comprometida com um tema moderno – cerca é do tempo das cavernas, é não? -, como a mobilidade, e como os ciclistas podem pedalar sem atropelar os pedestres nas calçadas ou enfrentar ônibus e carros, uma vez que não há faixas exclusivas para quem usa bicicleta como meio de transporte.

Falar de uma pequena avenida do centro de Florianópolis e apontar que a Prefeitura preocupa-se mais com a grama e com uma cerca inútil não é apenas olhar para a Mauro Ramos. É ver como esta gestão pública preocupa-se com o hoje e com o amanhã da cidade. O primeiro passo é derrubar a cerca, a cerca do medo em pensar em todas as formas de se movimentar na cidade e, com uma alicate, derrubar fio a fio a cerca que cerca os gramados do canteiro central da Mauro Ramos.

Autor: Rubens Lunge - Jornalista e Escritor

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