quarta-feira, 23 de maio de 2012

Instalada em Santa Catarina a Secretaria Executiva da Rede Feminista


Clair Castilhos - de branco - assumiu como secretária
executiva da rede na gestão 2012/2015 Foto: Gabriel Diniz
O Auditório Deputada Antonieta de Barros da Assembléia Legislativa de Santa Catarina foi palco, no final de abril de 2012, da instalação da Secretaria Executiva da Rede Nacional Feminista de Saúde, Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos. O evento foi promovido pela bancada Feminina da ALESC. A deputada Angela Albino (PCdoB), representou a atual coordenadora da Bancada, deputada Ana Paula Lima (PT), na condução da cerimônia.

A mesa foi composta por Telia Negrão, do Coletivo Feminino Plural, de Porto Alegre; Gláucia Fontoura, representando a entidade Maria Mulher - Organização de Mulheres Negras, de Porto Alegre; Mirtes Piovesan, presidente do CEDIM –Conselho Estadual dos Direitos da Mulher; Vera Lúcia Fermiano, vice-presidenta da Casa da Mulher Catarina, e Clair Castilhos Coelho, que assume como Secretária Executiva da Rede na gestão 2012/2015 além de representantes das outras regionais brasileiras. Na cerimônia, Simone Lolatto, integrante da direção nacional da União Brasileira de Mulheres (UBM), representou a presidenta da entidade Elza Campos.

Na secretaria-adjunta assumiu Scheila Sabag, atual presidenta do Conselho dos Direitos da Mulher de Florianópolis. Com a posse de Clair e Scheila, a Rede tem como sede o estado de Santa Catarina. Na secretaria regional de Santa Catarina assumiu Vera Lúcia Fermiano, da Casa da Mulher Catarina, e Raquel Felau Guisoni, da UBM, como adjunta.

Durante a cerimônia, a deputada Angela Albino afirmou: “Clair é parte de nossa história. Ela é uma inspiração todos os dias. Ela luta com o pé no barro, mas também luta no campo das idéias, unindo teoria e prática constantemente”.

Após a saudação de todas componentes da mesa, Clair fez uma brilhante exposição sobre a Rede Feminista de Saúde. “A saúde é, talvez, o mais importante foco desses controles opressivos e estereotipados, pois traz consigo o domínio do corpo e a vivência da sexualidade".

Para Clair, no início do terceiro milênio a tarefa mais urgente é a necessidade de enfrentar a extraordinária hegemonia do pensamento neoliberal, a exploração de classe exacerbada na ditadura do mercado, o fundamentalismo religioso e o misticismo, a volta/permanência de preconceitos contra a mulher e a obrigação de oferecer à população serviços de saúde dentro dos princípios e diretrizes do SUS.

"É um desafio que precisa ser enfrentado por todos e todas. É preciso ganhar a sociedade para que haja superação dessa lógica que impede o desenvolvimento humano e a justiça social. O que fica cada dia mais claro é que o capital, o patriarcado e a morte andam juntos. Há um capital da morte fortalecido pelo fundamentalismo do patriarcado. Não será preciso buscar a morte do capital e a superação do patriarcado? A ruptura é a tarefa que se impõe”, concluiu.

Fundada em 1991, a Rede Nacional Feminista de Saúde Direitos Sexuais e Direitos Reprodutivos é uma articulação política nacional do movimento de mulheres, feminista e antirracismo. Tem abrangência nacional, estando composta por 12 Regionais organizadas no Pará, Paraíba, Paraná, Pernambuco, Goiás, Bahia, Minas Gerais, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, São Paulo, Distrito Federal e Santa Catarina. A União Brasileira de Mulheres é uma das entidades feministas que integram a Rede Feminista de Saúde.

A organização tem reafirmado, ao longo destes anos, seu compromisso de defesa da saúde integral das mulheres e dos seus direitos sexuais e reprodutivos. Pela discrimilização e legalização do aborto e do Sistema Único de Saúde. Uma das preocupações mais importantes do feminismo é que o SUS seja público, universal e de qualidade, acessível a todas as mulheres.

A Rede Feminista da Saúde é filiada à Rede de Saúde das Mulheres Latinoamericanas e do Caribe – RSMLAC e à Rede Mundial de Mulheres pelos Direitos Reprodutivos.

Daniela Milidiu – Jornalista. Colaborou Raquel Felau Guisoni

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