quinta-feira, 26 de julho de 2012

Comunicação, uma política pública


O ano de 2012 nos traz a perspectiva de mudanças nas administrações públicas municipais com as eleições que ocorrerão neste segundo semestre. Teremos a possibilidade de escolher legisladores e administradores mais avançados e reunir condições de alterar, minimamente, a realidade.

Sem desconsiderar as importantes áreas da educação, saúde e segurança pública, mantras das candidaturas às prefeituras e vereanças, quero me reportar a outro tema de profunda necessidade para o exercício da cidadania e da democracia.

A comunicação pública. Sim, ela. Ao contrário da práxis, a estrutura de comunicação social de um órgão público, como prefeitura ou câmara de vereadores, deve servir ao povo e não ao chefe de mandato. Para esse, já se prevê uma estrutura de assessoria de gabinete que deve claro, defender o seu mandato, ainda sim, com a responsabilidade ética de sua função.

É preciso dispor à estrutura de comunicação social todas as ferramentas técnicas e garantir o seu compromisso público. Sua tarefa é educar e desenvolver, dar voz e vez a todos, sem aparelhar a estrutura pública. O cerne de sua concepção é amplificar o espaço para a multiplicidade de ideias, de saberes e fazeres, através de ampla participação popular. Refletir a cidade, a realidade concreta.

Tudo isso se materializa numa comunicação integrada, com sistemas públicos de radiodifusão, com periódicos elucidativos, qualificados em forma e conteúdo, que permitam ao povo compreender o sistema político-eleitoral brasileiro. Essa estrutura deve ter papel educador e modificador. Deve ser porta-voz de direitos, debater políticas públicas e ser, em si, a própria política pública.

Prefeituras e câmaras de vereadores precisam constituir políticas de comunicação que transcendam o “relise” diário enviado à imprensa. E também atentar para a publicidade informativa, não a valorativa do bom trabalho, dos bons moços públicos. É preciso que os quadros de pessoal, que na comunicação, em geral, são todos de “confiança”, sejam de técnicos preparados, com capacidade crítica e compromisso com as instituições públicas.

Propor uma comunicação educativa, culturalmente elaborada, empenhada em fazer o povo conhecer os seus direitos e gostar dos seus deveres demonstra comprometimento com a democracia e o avanço social. Só teremos uma sociedade justa quando possibilitarmos aos que tem menos as mesmas condições dos que tem mais e a comunicação pública, comprometida e bem formulada, pode cumprir parte desse papel.

Jornalista Canhota - Clarissa Peixoto

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