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Ousando e fazendo política. Foto: Ana Claudia Araújo |
A rotina do centro da capital foi atropelada pela Marcha das Vadias neste 26 de maio. No sábado morno de outono, Florianópolis reverberou pela segunda vez o chamado dos movimentos feministas de capitais menos pacatas pelo mundo.
Vadias e vadios ocuparam as avenidas para denunciar o machismo nosso de cada dia. Feministas de diferentes gêneros e idades, mas essencialmente mulheres jovens, evocaram palavras de ordem simples para fazer entender a idéia revolucionária de que o machismo não pode ser aceito.
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Irreverêrncia e pedagogia nas ruas. Foto: Yuri Brah |
Ímã
de todos os olhares, a massa irreverente atravessou o centro da cidade
provocando horror, sorrisos, ira, risos, vergonha, encantamento, sentimentos
diversos e controversos, mas nunca a indiferença – aquela que domina os olhares
do cotidiano.
E não mexeu apenas com os brios dos distintos cavalheiros
caucasianos que jogam dominó na Praça XV. A militância dos diferentes partidos
e movimentos sociais (mobilidade urbana, sindicatos, juventude, comunicação,
etc) pulou, escrachou, gargalhou, recompôs letras para músicas machistas.
Deixou em segundo plano os logotipos institucionais e saiu revigorada.
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Polemizar para educar. Foto: Yuri Brah |
As
vadias estremeceram as práticas militantes e romperam definitivamente com os
bons modos impostos às boas moças. Foram pedagógicas em seus cartazes, bem
menos agressivas do que no resto do país e mais ousadas quanto a ‘capital da
qualidade de vida’ poderia suportar.
Polemizaram ao protestar em frente a
igrejas e deixaram imagens e mensagens que Florianópolis ainda está digerindo.
Afinal, a quem interessa o politicamente correto que não serve ao socialmente
justo?
Autora: Ana Claudia Araujo - Jornalista
Este foi o segundo ano em que as vadias foram para as ruas. Veja fotos da marcha de 2011.
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Marcha das Vadias de 2011. Fotos Ana Claudia Araujo |
ótimo texto, ana. continue nos brindando com seus lúcidos e belos comentários!
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